Rede de Contra Informação

Notícias de comunidades em resistência

Carta Aberta: Num regime apartheid não há espaço para os direitos LGBTQI+

A Plataforma Já Marchavas subscreve e apoia a “Carta Aberta: Num regime apartheid não há espaço para os direitos LGBTQI+”. Condenamos Israel pela ocupação e pelo apartheid no território da Palestina, assim como a estratégia de pinkwashing por parte do governo Israelita, que branqueia os abusos cometidos contra o povo da Palestina.


Israel continua a impôr um regime de apartheid e de limpeza étnica sobre o povo palestiniano. Em nosso nome, não toleraremos nenhum tipo de pinkwashing a um estado genocida.

Foi com indignação que vimos o anúncio de uma “Israeli Party” no mítico Finalmente Club, no próximo dia 7 de junho. A imagem utilizada para a divulgação mostra a bandeira LGBTQI+ e a bandeira israelita lado a lado, incentivando toda a comunidade LGBTQI+ em Lisboa a participar nesta celebração de “orgulho israelita”, quer sejam “israelitas ou apenas um fã da cultura”, pois vão criar “uma atmosfera de amor e aceitação.”

O fenómeno do pinkwashing não nos é desconhecido. Vemos, nos últimos anos, uma crescente apropriação do movimento LGBTQI+ por parte de empresas, instituições e países que não nos representam nem tão pouco são impulsionadores de direitos para todas as pessoas LGBTQI+. A nossa luta não é uma desculpa anual para mudar os logos de empresas para o símbolo do arco-íris. As mudanças que reivindicamos são estruturais e implicam necessariamente uma visão crítica ao capitalismo selvagem que explora a classe trabalhadora, as mulheres, as pessoas racializadas e as pessoas queer de maneira desigual. Não nos revemos em tentativas de gentrificação queer-friendly, em lucros abismais rainbow nem em encobrimentos genocidas with pride.

Esta festa, a ter lugar no Finalmente, local que tanto acarinhamos, é um exemplo incontestável desta prática. Cidadãos palestinianos são assassinados diariamente pela ação colonizadora do Estado Israelita, num massacre contra a humanidade que exige a nossa  frontal condenação. Israel tenta limpar a sua imagem, apresentando-se como um Estado defensor dos direitos  LGBTQI+. Esta narrativa é falsa e serve um claro propósito político: a ocultação do massacre terrorista ao povo palestiniano.

Quer nas prisões políticas, quer nos campos de refugiados, os corpos das mulheres e das pessoas LGBTQI+ são instrumentalizados e colonizados pelos soldados israelitas, entre torturas, violações e condições desumanas.O pinkwashing tornou-se mais uma ferramenta colonial israelita que continua a insistir numa falsa imagem progressista e tolerante, que descaradamente continua a explorar os direitos das pessoas LGBTQI+ enquanto continua a matar, roubar e oprimir palestinianos, queer e não queer. Não aceitamos estereótipos racistas de pessoas palestinianas. Não aceitamos manobras de diversão que nos tentam fazer esquecer a ocupação israelita. A luta de libertação queer não é separada da luta de libertação palestiniana.

Condenamos esta celebração do horror mascarada de festa no Finalmente e apelamos ao seu cancelamento.

Não em nosso nome! Não há orgulho no apartheid!

Subscrevem:

  • A Coletiva
  • Chaves Comunitária
  • Coletivo Felgueiras Fora do Armário
  • Covilhã a Marchar
  • Évora Pride
  • Gentopia
  • Feministas.pt
  • Humans Before Borders
  • Humanamente
  • Marcha do Orgulho LGBT+ Barcelos
  • Marcha LGBTQIAP+ de Famalicão
  • Marcha LGBTQIAP+ de Guimarães
  • Marcha do Orgulho do Porto
  • Marcha do Orgulho LGBTQIAP+ de Santarém
  • Marcha LGBTQIAP+ de Santo Tirso
  • Marcha LGBTQIAP+ de Vizela
  • Plataforma Já Marchavas
  • Panteras Rosa
  • SintraFriendly – Colectivo Juvenil LGBTIQA+ de Sintra e Apoiantes
  • Saber Compreender
  • SOS Racismo
  • The Revolution Will Not Happen On Your Screen

https://jamarchavas.pt/noticias/carta-aberta-num-regime-apartheid-nao-ha-espaco-para-os-direitos-lgbtqi/

https://dezanove.pt/pinkwashing-e-apartheid-activistas-1937417