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PSD grita “sedição”, mas Há Vida no Quartel!

A Assembleia Municipal de Lisboa quer despejar o Quartel onde milhares de pessoas têm encontrado uma casa temporária para tornar o mundo um pouco melhor. O imóvel foi vendido por 42 milhões de euros e a câmara persegue agora as mais de 140 ativistas, artistas, cidadãs e comunidades marginalizadas que dinamizam o lugar por uma cultura aberta, inclusiva, cidadã e posicionada.

No documento, o PSD acusa as ativistas do movimento “Parar o Gás” de promover no Quartel atividades “sediciosas, ilegítimas e ilegais”; acusa a comunidade de produzir “agitprop” e pede aos ladrões capitalistas que “convertam” ou despejem as 140 pessoas que habitam um dos lugares culturais mais dinâmicos e abertos de Lisboa.

O objetivo da petição pública “Há vida no Quartel – dar lugar à cidadania, cultura e inclusão” é levar os órgãos autárquicos a agir na defesa da continuidade do Largo Residências no local onde se encontra desde outubro, um antigo quartel da GNR devoluto em Arroios, “ou noutro espaço próximo com condições adequadas e similares”.

Os peticionários lembram que o Largo Residências junta atualmente “mais de 140 trabalhadores do sector sociocultural [que] desenvolvem em permanência mais de 40 projetos de várias áreas de intervenção, e onde vizinhos e parceiros sociais se apropriam de um espaço democrático, seguro, intergeracional e multicultural”.

“O direito à cidade quer-se para quem nela vive, mas também para quem nela trabalha, cria valor, oportunidade e impacto social de interesse coletivo”, apontam os peticionários, que consideram “que este espaço-projeto piloto é não só uma bolha de esperança, como efetivamente transformador na qualidade de vida de tantas pessoas a quem a cidade, em geral, e esta freguesia em particular, se tem tornado economicamente inacessível”, bem como “no apoio de condições para o desenvolvimento de criações artísticas e projetos culturais que não encontram alternativa na cidade”.

Assina a petição: “Há vida no Quartel – dar lugar à cidadania, cultura e inclusão”

https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT116041

Desde Outubro de 2022, um antigo e devoluto Quartel da GNR, deu lugar à cidadania, cultura e inclusão, onde mais de 140 trabalhadores do sector sociocultural desenvolvem em permanência mais de 40 projectos de várias áreas de intervenção, e onde vizinhos e parceiros sociais se apropriam de um espaço democrático, seguro, intergeracional e multicultural.

Aqui cidadãos em várias condições de vulnerabilidade social, como situações de sem abrigo, situações de refúgio, com vários grupos de activistas pelas questões climáticas, questões de género, coabitam com uma grande e diversa comunidade que caracteriza o território de Arroios, em Lisboa.

Uma zona da cidade que, como é do conhecimento de todos/as, tanto se desenvolveu graças à ação sociocultural, que tornou este lugar mais inclusivo e atractivo, mas que sofreu as inevitáveis consequências da gentrificação. O direito à cidade quer-se para quem nela vive, mas também para quem nela trabalha, cria valor, oportunidade e impacto social de interesse colectivo.

As instituições abaixo assinadas, que aqui desenvolvem a sua actividade de forma regular ou pontual consideram que este espaço-projecto piloto é não só uma bolha de esperança, como efetivamente transformador na qualidade de vida de tantas pessoas a quem a cidade, em geral, e esta freguesia em particular, se tem tornado economicamente inacessível. É, por isso, um projecto de cidade sustentável e de “lugar de todas as pessoas”.

Este projecto tem sido uma mais valia para todos e para a cidade como resposta a vários problemas sociais, bem como no apoio de condições para o desenvolvimento de criações artísticas e projetos culturais que não encontram alternativa na cidade.

Convidamos, assim, todas as pessoas que se tenham relacionado com este espaço e/ou se identifiquem com este projecto a subscrever este abaixo-assinado, peticionando os órgãos das autarquias locais para que pugnem pela defesa da sua existência e continuidade, neste ou noutro espaço próximo com condições adequadas e similares.

Quartel do Largo do Cabeço de Bola
Lisboa, 20 de Abril de 2023


Primeiros signatários / First Signatories
(Entidades e iniciativas)


ENTIDADES / COLECTIVOS RESIDENTES:
Largo Residências (SOU LARGO,crl)
Largo Messe
Acaep, Associação de Comunidade de Afegãos em Portugal
A PALAVRA, associação cultural cruzamentos da palavra com outras áreas artísticas
Associação 1,2,3 Macaquinho do Xinês
APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil
Béhen, design de moda
Black Polar Bear, Arquitectura e Conservação do Ambiente
Clube de Espectadores, mediação cultural
Climáximo, colectivo pela justiça climática
Blab – Coletivo Maker, Colectivo de Criativos
Colombina Clandestina, colectivo artivista
Colectivo Warehouse, arquitectura
Collage Working Club
Eira, Dança e performance
Feira Intendente
Fórum de Cidadãos, cidadania
George Andrawis – Mental Health Support
HM Música Mwf, agenciamento de artistas
GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos
Livraria das Insurgentes
MANAS
Locals, Desenvolvimento Local e Participação
Manamiga, escola feminista
Marte Sofisticado – associação, EMARTE Escola de Música e Arte
Noctustudio – arquitectura e design
Oficina do Cego, associação de artes gráficas
O Fim do Teatro, Teatro
Projecto Inocência, jornalismo de investigação independente
Projecto Depois, Arquitectura e Upcycling
Rádio Olisipo, rádio online
Re:Costura – Sustentabilidade Têxtil
Repair Café – economia circular
Residências Refúgio, Arte e inclusão social de pessoas em situação de refúgio
Sonora Associação Cultural, cruzamento entre arte, ciência, ecologia e som
Studio IMB, artes visuais, cenografia e serviço educativo,
Trabalhar com os 99%, Arquitectura e urbanismo
Wake Up, Agência de Comunicação
Recreate, upcycling design
Vira Lab – Oficina marcenaria e Upcycling

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