É com indignação e repúdio que vemos organizações extremistas como a Habeas Corpus legitimarem a violência e o ódio. A mais recente tentativa de intimidação da Marcha do Orgulho LGBTQIA+ de Castelo Branco por parte deste grupo extremista só merece a nossa repulsa e solidariedade na mobilização para a primeira marcha LGBTQIA + neste concelho!
Publicação Original: https://instagram.com/p/C-3fqxNoFCa/
No mês de junho vimos Mariana Jones, autora do livro “O Pedro gosta do Afonso”, a ser alvo de ameaças homofóbicas, vendo a apresentação de um outro livro a ser-lhe impedida pelo grupo de extrema-direita Habeas Corpus, no Porto. No início do mês também a autora Ana Rita Almeida viu a apresentação do seu livro “Mamã, quero ser um menino!” ser interrompida pelo fundador da organização, Rui Fonseca e Castro, em Idanha a Nova. Nenhum destes episódios são casos isolados. Desde junho do ano passado que temos vindo a assistir a diversos episódios de violência e ameaças homofóbicas por parte de grupos com uma agenda anti-direitos LGBTQIA +, resultado da legitimação do discurso de ódio.
Existe uma ordem internacional de ódio conservador, que tem raízes na extrema-direita, que incentivam a discriminação e a violência, não sendo exceção em Portugal, em total repulsa à Constituição da República Portuguesa e da legislação em vigor. A discriminação e a violência não são apenas realidades simbólicas, elas têm raízes materiais que operam nas mais diversas formas da vida em coletivo, sendo uma delas o acesso ao espaço público.
As marchas LGBTQIA+ têm tido um papel fundamental na articulação com agendas políticas, conjugando a luta pela liberdade e a luta contra as várias formas de opressão e discriminação. Elas têm aumentado em número significativo em todo o país, e este ano acontece pela 1ª vez a Marcha do Orgulho de Castelo Branco a 14 de setembro. Este será um momento de afirmação política no espaço público com o compromisso de transformar e ocupar as ruas de Castelo Branco com as cores da igualdade, liberdade e do orgulho.
Desta forma, repudiamos a organização Habeas Corpus pela divulgação nas suas redes sociais que pretendem intimidar a 1ª Marcha do Orgulho de Castelo Branco. Enquanto organizações de Marchas do Orgulho por todo país, compostas por coletivos, associações e ativistas LGBTQIA+, exigimos que o Governo tome iniciativa e atue garantindo o desmantelamento necessário destes grupos de extrema-direita, pois não pode existir espaço para que grupos extremistas condicionem a ação de coletivos que defendem os direitos LGBTQIA+.
Apelamos ainda para que a 14 de setembro, marchemos juntas, juntos e juntes em Castelo Branco contra a homofobia, a transfobia e o ódio!
Subscreve:
AMPLOS
Associação Queer Tropical
Braga Fora do Armário
Coletivo Joe – Marcha do Orgulho LGBTQIA+ Albicastrense
Covilhã a Marchar
Coletivo Venham Mais Cinco (Guarda)
Espaço Escuta Ativa – saúde mental anti-autoritária
Humanamente – Movimento Pela Defesa dos Direitos Humanos
Marcha do Orgulho do Porto
Núcleo Antifascista de Bragança
Marcha LGBTQIAP+ de Vila Nova de Famalicão
Marcha LGBTQIAP+ de Santo Tirso
Marcha LGBTQIAP+ de Vizela
Marcha LGBTQIAP+ de Póvoa de Varzim
LGBT+ Vila Real
Plataforma Já Marchavas (Viseu)
SintraFriendly – Colectivo Juvenil LGBTIQA+ de Sintra e Apoiantes
Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBT+ de Barcelos
Núcleo Antifascista de Barcelos
Marcha do Orgulho LGBTQIA+ de Esposende