Dia 31 de Março, dia da Visibilidade Trans, às 18h partiremos da Praça dos Poveiros e iremos para as ruas do Porto marchar naquela que será a 1ª manifestação nesta cidade por uma existência digna para pessoas trans, não-bináries e todas as pessoas que lutam pelo fim da discriminação e libertação de minorias de género!
Ocupar a rua é um acto de amor ao corpo que não se deixa silenciar, pessoas que não se conformam ao género normativo continuarão a existir nos espaços públicos, não haverá outra opção se não fazer ruído. Por isso, junta-te à luta e vamos fazer-nos ouvir! Estão todes convidades a fazerem-se ouvir em microfone aberto no final da marcha na Praça D.João I.
O JN diz que estiveram 500 pessoas, mas a Dezanove aponta para as 1000.
MANIFESTO
Foi em 2006 que o assassinato de Gisberta catalisou a organização e mobilização das comunidades LGBTI+ na cidade do Porto. No entanto, 17 anos depois, os episódios de violência transfóbica continuam a existir, as ruas da cidade ainda não são seguras. Por isso, a população trans e aliades sai hoje à rua, pela primeira vez, para marchas nas ruas no Porto. Marchamos para reivindicar o nosso lugar na cidade e na sociedade, para mostrar que estamos aqui, existimos, temos voz, e queremos fazê-la ouvir!
Marchamos para reivindicar os direitos que ainda nos são negados e condicionados.
Marchamos porque somos riques em diversidade, porque vimos de diferentes contextos culturais e sociais. Exigimos respeito por todas as identidades e vivências de género, independentemente do quão se alinham com conceções de género ditas “tradicionais”, baseadas na imposição de uma mentalidade colonialista e centrada em ideias católicas, racistas, capitalistas, ciscêntricas e heterocêntricas. Exigimos respeito para as Travesti, para as mulheres masculinas, para os homens femininos, para pessoas que quebram com as conceções tradicionais de género, para as pessoas que se recusam a encaixar em ideias binárias, para as pessoas que escolhem não se encaixar. Exigimos o direito à diversidade, à complexidade, à ambiguidade.
Exigimos o direito de sermos quem somos, livres de imposições externas
REIVINDICAÇÕES
- Reconhecimento legal das identidades não-binárias
- Publicação das normas técnicas e clínicas pela DGS para o acompanhamento de utentes trans
- Serviços de saúde trans menos saturados, com menos listas de espera e com mais respostas
- Acesso a cuidados de saúde trans, independentemente da idade
- Criminalização das “terapias” de conversão
- Reforço das respostas de apoio à vítima, atendendo à especificidade da realidade trans
- Linguagem mais inclusiva na redação das leis de forma a incluir toda a diversidade dos corpos trans
- Educação sexual mais inclusiva lecionada por um corpo docente informado
Não é ideologia, não é patologia, fim à transfobia, DIREITOS TRANS JÁ!