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Lojistas e músicos estão a ser retirados do centro comercial Stop

Via: Jornal de Notícias

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Mais de cem lojistas e músicos estão a ser retirados do Centro Comercial Stop, no Porto, nesta terça-feira de manhã. Entre os espaços a serem encerrados estão estúdios, lojas e cafés, cujos ocupantes dizem não terem sido avisados da operação, que conta com a participação da PSP. No total, há 126 lojas no local.

Mariana Costa, que tem um estúdio no Stop, contou ao JN que não foi autorizada a retirar o material que tem na loja que tem no centro comercial. O mesmo afirma Bruno Costa, que é o inquilino de uma sala de ensaios utilizada por três bandas e presidente da associação Alma Stop. “Foi um choque completo. Não havia indicação nenhuma. Há tantos músicos com tanto material aqui, que acaba por significar milhares de euros”, explicou, na rua, em frente à linha de agentes da PSP que impede a passagem de pessoas. 

Leitão da Silva, comandante da Polícia Municipal do Porto, explicou ao JN que quem não conseguiu tirar bens das lojas poderá formalizar ainda hoje um pedido para que o selo seja quebrado e poder aceder ao espaço. Todo o recheio das lojas poderá ser retirado.

Apesar da presença da PSP, a selagem das lojas está a ser feita pela Polícia Municipal. Segundo a Câmara do Porto, em comunicado, as 105 lojas foram encerradas por falta de licenciamento. “As 21 lojas que possuem as devidas licenças de utilização poderão continuar a funcionar normalmente, não se tratando este de um processo de encerramento do Centro Comercial”, clarifica o município, que fala num processo de dez anos, com um “acumular de queixas por parte da vizinhança”.

“A maior parte do pessoal que está aqui, que são cerca de 450 pessoas, quase 500 pessoas, não têm para onde ir. Não têm locais para poder fazer barulho, para poderem estar o tempo que quiserem, que é o que tem de bom isto [o centro comercial Stop]”, disse à Lusa o presidente da Associação de Músicos do Centro Comercial Stop, Rui Guerra, à porta do estabelecimento.

Nas últimas duas décadas, o Stop tornou-se na casa de várias bandas, que lá têm estúdios e salas de ensaio. Nos últimos meses de 2022, o JN noticiou que o centro comercial poderá vir a fechar portas.

Em novembro desse ano, Rui Moreira afirmou que a autarquia estava disponível a acolher os músicos do Stop em dois pisos do Silo Auto.

De acordo com informação partilhada pelo município no início deste ano, o centro comercial Stop não cumpre os requisitos previstos no Regime Jurídico da Segurança contra Incêndios em Edifícios, pelo que para regularizar a situação “terão de ser realizadas obras com custos significativos, considerados até agora incomportáveis para o grupo de músicos que liderou os vários processos tendentes à regularização”.

O Centro Comercial Stop há mais de vinte anos que se tornou num enorme Centro Cultural Stop, dando dessa forma espaço de abrigo, diversidade e riqueza cultural à cidade, ao país e ao mundo pelos projetos musicais e artísticos que os seus frequentadores regulares lá criaram, produziram, gravaram e planeiam tantos outros futuros projetos.

O Centro Comercial Stop, agora e mais que nunca, precisa da ajuda de um timoneiro “afinador de notas” que precisam de ser afinadas para dar continuidade à expansão da cultura do Porto.

Esta cidade Invicta que viu nascer um “Glorioso escritor” e impulsionador da edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática ao nosso ver não pode deixar de seguir o exemplo da importante dedicação que Almeida Garrett tinha com a cultura.

Os mais de quinhentos músicos, artistas, técnicos e todos os que fazem do Centro Cultural Stop a sua colmeia durante muitas e longas horas de trabalho precisam de ajuda para que a sua rainha não deixe de produzir a sua fina multiplicidade cultural.

O Centro Comercial Stop quase que pode ser considerado um monumento situado na Rua do Heroísmo, e é um monumento edificado pelos milhares de artistas que por lá já passaram, e pelas muitas almas, géneros, estilos e linguagens de tantas variadas formas de comunicação cultural, que já foi destacado pela imprensa nacional e internacional como um “case study” na Europa, por ser o único edifício comercial que se transformou num verdadeiro caso cultural a grande escala.

Com as desorientações do passado, nós que por lá nos cruzamos em troca de ideias, trabalho e conversas produtivas nos vindouros projetos juntaremos as peças do puzzle para que os documentos necessários possam chegar a quem não nos force a desligar os instrumentos ou pousar a caneta.

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Contrabanda.pt

Na rubrica #TudoPelaCulturaNadaPelaCooltura de hoje, infelizmente temos de falar do Centro Comercial Stop.

Em primeiro lugar, pedimos que passem a informação sobre o requerimento: aos mais de 500 músicos que têm material barricado dentro do estabelecimento.

Há 10 anos que este processo se arrasta com a Câmara Municipal do Porto. Mas o que a CM Porto fez hoje sem aviso prévio, só veio, uma vez mais, reforçar a falta de caráter de Rui Moreira e compinchas.

Existe perante quem nos governa uma falta de noção e empatia cultural, tremendas! Não basta a Música em Portugal ser um negócio para meia dúzia de tubarões e uma atividade de esmolas para a maioria… agora, até quem trabalha por uma côdea tem de fazer um requerimento para recuperar material.🤦🏻‍♀️🤦🏻‍♂️🤦🏻

E parabéns ao trabalho de subordinação da PSP. Podem ter orgulho de estar sempre do lado “legal e certo” da História. Fica-vos sempre muito bem serem o pau mandado da mão governamental.

Este tipo de atitude passivo-agressiva polariza e cria extremismos. Até já temos 4 fantoches desses com assento parlamentar. Mas no fundo, até é isso que eles todos querem…

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