Queride público,
(Este artigo foi escrito com ajuda da Inteligência Artificial)
É com grande entusiasmo que partilhamos convosco um artigo sobre o aquecimento global e a necessidade urgente de ações transformadoras para enfrentar a crise climática. A Terra registou o seu dia mais quente de sempre, marcando um novo recorde de temperatura global pelo quarto dia consecutivo. Ao mesmo tempo, não esquecemos os sacrifícios corajosos dos defensores ambientais em todo o mundo.
A Terra registou o seu dia mais quente de sempre esta semana, marcando o quarto dia consecutivo de recordes de temperatura global. Estes acontecimentos alarmantes, juntamente com os sacrifícios dos defensores ambientais em todo o mundo, realçam a necessidade urgente de uma ação radical e transformadora para enfrentar a crise climática.
Imagem: Jujuy, 2023 – Fonte: Rede Nacional de Medios Alternativos
De acordo com os dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a temperatura média global alcançou um recorde sem precedentes de 17,23°C na quinta-feira. Este valor excedeu o recorde estabelecido no dia anterior, de 17,18°C, e destaca o impacto das emissões de gases de efeito estufa causadas pela atividade humana e a presença de um evento El Niño no Oceano Pacífico.
Estes valores são provavelmente os “mais quentes em 100.000” anos, diz Jennifer Francis, cientista na Woodwell Climate Research Center.
A importância destes recordes diários vai além de meras estatísticas. Eles refletem o aumento do calor resultante das mudanças climáticas, agravado pelo ciclo climático natural do El Niño. O aquecimento do planeta reflete as consequências das ações humanas e destaca a necessidade de ação imediata.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também prevê que há uma chance de 66 por cento de que a temperatura média anual em todo o mundo ultrapasse 1,5 graus Celsius entre 2023 e 2027, por pelo menos um ano. Além disso, o relatório da OMM sugere que um dos próximos cinco anos, bem como o período de cinco anos completo, serão os mais quentes já registrados. As temperaturas médias da superfície do mar estão em níveis recordes, e diversos fatores, como o aquecimento global, a diminuição da poeira do Saara, o El Niño e os combustíveis de baixo teor de enxofre para navegação, contribuem para o aumento das temperaturas oceânicas.
Eventos climáticos extremos, impulsionados pelo aquecimento global, representam uma séria ameaça à produção agrícola e à segurança alimentar global. Ondas de calor, secas e padrões intensos de precipitação estão a tornar-se mais frequentes e intensos, causando efeitos adversos nos sistemas agrícolas em todo o mundo. A ocorrência simultânea e em proximidade desses extremos climáticos está a agravar os impactos sociais além do somatório de cada evento ocorrendo de forma independente. Isso tem levantado preocupações sobre falhas sincronizadas nas colheitas em várias regiões produtoras de alimentos, o que poderia ter consequências desproporcionais para regiões dependentes de importação.
Estudos recentes têm avaliado os riscos de falhas sincronizadas nas regiões produtoras de alimentos, considerando abordagens estatísticas e os principais modos de variabilidade climática. No entanto, nas médias latitudes, a ocorrência de extremos climáticos simultâneos é amplamente influenciada pelo jato de corrente, os ventos de alta velocidade na troposfera superior. Regimes de circulação específicos durante o verão dentro do jato de corrente atuam como teleconexões circumglobais, promovendo simultaneamente extremos de calor e precipitação que afetam negativamente a produção agrícola nas médias latitudes.
O evento forte de El Niño previsto para 2023-2024 terá consequências de longo alcance. Espera-se um calor recorde, com a Organização Meteorológica Mundial a indicar uma chance de 66% de exceder um aquecimento de 1,5 °C por pelo menos um ano entre 2024 e 2027. O aumento das secas e das chuvas extremas representa riscos para a agricultura, afetando especialmente a segurança alimentar no sul da África, América Central, Caribe e partes da Ásia. O momento desse evento coincide com outras crises, incluindo instabilidade política e questões de segurança alimentar, o que pode agravar a situação.
Os próximos 18 meses podem revelar-se um período de caos e devastação, pois as temperaturas globais devem subir a níveis sem precedentes. A combinação das mudanças climáticas, destruição de habitats e outros fatores mencionados anteriormente já tem exercido uma pressão imensa sobre a flora e fauna do planeta.
Com a intensificação da onda de calor global e a ocorrência generalizada de ondas de calor nos oceanos, como o branqueamento dos recifes de coral devido ao aumento da temperatura do mar, antecipam-se relatos devastadores de várias partes dos oceanos. Este período será particularmente desafiador, pois testará os limites da resistência humana e social, bem como as capacidades das infraestruturas.
É crucial reconhecer os sacrifícios dos defensores ambientais, como evidenciado pelo relatório “Uma Década de Desafio: Dez anos de relatórios sobre ativismo ambiental e territorial em todo o mundo”, divulgado pela Global Witness. Na última década, mais de 1.700 defensores da terra perderam as suas vidas, o que equivale a uma média de um defensor morto a cada dois dias. O Brasil emergiu como o país mais perigoso para os defensores ambientais, com 342 ataques letais registados desde 2012, principalmente na Amazónia brasileira.
O relatório revela que as comunidades indígenas enfrentam um nível desproporcional de ataques, representando quase 40% dos incidentes registados, apesar de constituírem apenas 5% da população mundial. A escalada da violência, criminalização e assédio enfrentados pelos defensores ambientais decorre de governos repressivos e empresas focadas no lucro, que priorizam o ganho económico em detrimento do bem-estar das pessoas e do ambiente.
Estas estatísticas alarmantes e as temperaturas recordes devem servir como um apelo à ação. Devemos abraçar perspetivas combativas, anarquistas, ecofeministas e ecoqueer, que defendem mudanças transformadoras enraizadas nos movimentos sociais que lutam pela justiça e pela sustentabilidade.
Desde os movimentos liderados por indígenas para proteger as terras ancestrais até às abordagens ecofeministas que enfatizam a igualdade de género e a restauração do meio ambiente, estas perspetivas oferecem informações valiosas para soluções sustentáveis e justas. Elas desafiam as estruturas de poder opressivas, promovem ação coletiva e priorizam o bem-estar das pessoas e do planeta.
Embora a urgência da crise climática possa ser avassaladora, há esperança nos movimentos globais que lutam por mudanças. Esses movimentos estão a lutar por ações imediatas para abordar as causas fundamentais do aquecimento global e proteger as comunidades vulneráveis. Ao amplificar as suas vozes, apoiar os seus esforços e envolver-se em ativismo de base, podemos impulsionar a mudança sistémica necessária para combater a crise climática.
A cientista, ativista e autora Dr. Vandana Shiva passou décadas a lutar para proteger a diversidade biológica e cultural. Ela destaca na introdução ao relatório da Global Witness que a cada semana, três pessoas são mortas ao tentar proteger suas terras e o meio ambiente dos interesses extrativistas. Nos últimos anos, o número de vítimas chegou a mais de 200 por ano, com 200 defensores assassinados apenas em 2021. Vandana Shiva ressalta a importância de reconhecer essas vítimas como pessoas reais, amadas pelas suas famílias e comunidades, que foram consideradas dispensáveis em nome do lucro.
Vandana Shiva cresceu rodeada por defensoras da terra e do meio ambiente. Ela desafia a visão de que a natureza deve ser conquistada e subjugada, uma mentalidade originada no Ocidente, que não reflete a realidade dos defensores do Sul Global. No entanto, é o Sul Global que sofre as consequências da violência, enquanto o suposto “benefício econômico” é direcionado para outros lugares.
A autora alerta que estamos à beira de um colapso, com uma emergência climática e a possibilidade cada vez mais presente de uma sexta extinção em massa. Es defensores da terra e do meio ambiente são fundamentais nesse contexto, e sua proteção é crucial não apenas por razões morais, mas também para garantir o futuro da humanidade e do planeta
É essencial reconhecer que a luta contra as mudanças climáticas caminha lado a lado com a luta pela justiça social e ambiental. Os sacrifícios feitos pelos defensores ambientais destacam a ligação entre a crise climática e a proteção dos direitos humanos.
Para enfrentar os desafios que estão por vir, devemos responsabilizar aqueles que são responsáveis pela degradação ambiental e violações dos direitos humanos. As indústrias extrativistas, operações de mineração e grandes agroindústrias que contribuem para o aquecimento global devem ser investigadas e abolidas. Além disso, devemos priorizar a proteção des defensores, investigar os crimes cometidos contra el_s e garantir justiça contra os seus assassinos.
Embora a gravidade da crise climática não possa ser subestimada, o poder coletivo de indivíduos, comunidades e movimentos que trabalham rumo a um futuro sustentável oferece esperança. Ao unirmos forças com base em princípios anarquistas, ecofeministas e ecoqueer, podemos desafiar sistemas opressivos, desmantelar estruturas hierárquicas e construir um mundo mais equitativo, resiliente e sustentável.
O caminho à frente está repleto de desafios, mas a urgência da crise climática exige que ajamos agora. Juntes, podemos criar um futuro que proteja o ambiente, respeite os direitos de todas as pessoas e abrace os princípios de justiça e igualdade. Vamos solidarizar-nos com os defensores ambientais e lutar por um mundo livre da destruição ambiental e da opressão social.