COMUNICADO:
“Estudantes anti-mineração protestam durante a gala que distingue Boticas com o prémio de município com melhor qualidade ambiental”
Ontem (03-11), estudantes da Universidade de Coimbra protestaram durante a cerimónia que galardoou o município de Boticas com o prémio de melhor município a nível de qualidade de vida nas áreas de Ambiente; Mobilidade e Segurança Rodoviária; Urbanismo e Habitação. As manifestantes alertaram para o facto deste município se encontrar ameaçado pela mineração, nomeadamente pelo projeto de construção da maior mina de lítio a céu aberto da Europa, com uma área prevista superior a 500 hectares.
A atividade mineira irá potencialmente contaminar os solos, as águas e o ar. Os vários projetos mineiros irão consumir milhões de litros de água, agravando os períodos de seca numa zona em que, este verão, já foi necessário encher depósitos de abastecimento de algumas aldeias através do camião cisterna da Proteção Civil. Este é o mesmo município distinguido pela ONU como Património Agrícola Mundial, graças às suas práticas de desenvolvimento sustentável.
No breve protesto, ao som da canção “Exploração” de Carlos Libo, foi lido um comunicado em que se afirma que os carros elétricos apenas têm como objetivo salvar a indústria automóvel:
“O carro elétrico só vem para salvar a indústria automóvel e o idealismo capitalista da autodestruição da humanidade, da água e da vida. Precisamos de defender os baldios e de lutar pelo decrescimento: uma proposta contra a narrativa do crescimento infinito que nos dizem ser “inevitável”. O concelho de Boticas ganhou hoje o galardão de melhor concelho no que diz respeito ao ambiente, sendo um município ameaçado pelo capitalismo verde, pelo extrativismo, e condenado pelo plano de destruir as montanhas no Barroso como um mal menor para salvar o capitalismo.
MINAS NÃO, nem no Barroso nem em lugar nenhum!”
As ativistas e estudantes prometem não baixar os braços e continuar a luta contra a mineração em Portugal.