Soam as enxadas da resistência. O Barroso está de pé, em luta!
Vimos convidar-vos para a terceira edição do Acampamento em Defesa do Barroso.
Inscrições
Precisamos que preenchas este formulário de inscrição para que possamos preparar a tua vinda para Covas do Barroso da melhor forma.
https://barrososemminas.org/inscreve-te/
Partilhar viagens de carro
Estás prestes a viajar a um pequeno paraíso escondido. E como todos os paraísos, o problema é chegar até lá!
A Aldeia de Covas do Barroso fica no concelho de Boticas, a aproximadamente 450km de Lisboa e 140km do Porto.
Boleias
A forma mais cómoda de chegar a Covas do Barroso é de carro, mas para tirar o melhor partido deste meio de transporte poluente, criámos este “documento vivo” onde podes anunciar a tua viagem, aqui.
escrever.coletivos.org/barrososemminas-boleias-2023
Viagem de autocarro até Chaves
A rede expressos tem vários autocarros até chaves:
Aqui tens os horários dos autocarros de chaves para Covas do barroso: https://cimat.pt/novos-horarios-transportes-alto-tamega-03-07-14-09-2023/
Apenas aos dias de semana
Às 18h30 partida de Chaves > Às 20h chegada a Covas do Barroso Às 6h45 partida de Covas do Barroso > Às 8h18 chegada a Chaves Horários retirados do site do CIMAT, clique aqui.
Número de telefone da estação de autocarros de chaves: 276 332 351
Soam as enxadas da resistência. O Barroso está de pé, em luta!
Vimos convidar-vos para a terceira edição do Acampamento em Defesa do Barroso.
Desde o verão passado, a resistência contra os planos de mineração manteve-se ativa: muitas lutas se levantaram e muitas alianças se teceram. Este verão, queremos voltar a unir forças e a partilhar estratégias de resistência aos interesses económicos e políticos que pretendem destruir as montanhas pela promessa de lucro fácil.
Entre os dias 10 e 15 de Agosto de 2023, as portas da Quinta do Cruzeiro voltam a abrir-se. Como as águas que fluem nos canais, este ano também queremos inundar as ruas das aldeias com a nossa alegria, energia e vivacidade. Serão cinco dias de partilha com as serras, as águas, os montes e com a vida que queremos proteger.
No Barroso, há cinco anos que lutamos contra a maior mina de lítio a céu aberto da Europa. Este ano, o governo aprovou o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) deste projeto mineiro. Embora esta decisão represente um passo burocrático importante para a empresa, esta continua sem ter direito de acesso aos terrenos nem legitimidade social para avançar com o projeto. Nós, os e as guardiãs do território, não aceitaremos que os de lá de cima venham ditar as suas regras injustas. Agora é o momento de nos unirmos para travar este ecocídio, que representa um ataque ao modo de vida rural.
O governo aprovou o EIA (Estudo de Impacte Ambiental), apesar de reconhecer impactos negativos significativos para as populações, a biodiversidade das serras e a qualidade das águas. Fê-lo, impondo uma narrativa sobre a inevitabilidade da extração do lítio. Esta narrativa — que pinta a mineração de verde e apresenta-a como solução única para a descarbonização — é uma narrativa falaciosa. Na realidade, aquilo que a União Europeia e os governos querem fazer — primeiro no Barroso, e depois em muitos outros territórios — é assegurar uma descarbonização que não ponha em risco os interesses da indústria automóvel e não coloque em causa o crescimento económico infinito. A promessa de lucro para alguns, e de cidades menos carbonizadas, esconde o sacrifício de territórios inteiros e a continuação da violência associada a uma política de mobilidade assente no transporte individual.
No Barroso, ninguém nos obriga a dizer que o cinzento é verde, que as minas são sustentáveis, ou que as empresas de mineração são os anjos do desenvolvimento. Ninguém nos obriga a entregar as serras, os rios, e a história de que somos guardiãs. É aqui, onde querem destruir o mundo verde do Barroso para salvar o mundo do crescimento infinito, que queremos confrontar e desconstruir a ideia de que a transição energética tem de passar pelo extrativismo desenfreado, pela transformação da rede da vida em recursos a esgotar, pela despossessão dos territórios rurais e pela procura incessante de lucros.
Aqueles que querem que o projeto avance tratam de convencer-nos que esta decisão do governo de aprovar o Estudo de Impacto ambiental marca o fim de uma luta. Mas nós sabemos que a guerra começa agora.
O Barroso não se calará perante a violência extrativista e as gentes barrosãs não aceitarão a licitação dos seus territórios às mineradoras. O Barroso é — e será — a linha da frente onde travaremos a destruição da vida em nome da sede de lucro.
Esta luta local é um eco da resistência global. Se, perante os “objetivos estratégicos europeus”, conseguirmos travar aquela que seria a maior mina de lítio da Europa, abriremos precedentes de luta decisivos para o futuro. Sabemos disto, da mesma forma que as multinacionais e os governos o sabem. É por isso que esta luta é tão central. E é por isso que lutamos.
No Acampamento, teremos não só atividades para informar e sensibilizar, mas também para fortalecer a nossa rede de resistência. Queremos muito contar-vos a nossa história, apresentar-vos as nossas gentes e mostrar-vos o imenso património histórico e natural que herdámos — e que lutamos para proteger.
Sentimos um grito de revolta a pairar no território: o nosso e o vosso. A hora de lutar é agora. Como canta o nosso apicultor, Junta-te à luta, vamos vencer. Esta é a hora, não há tempo a perder!
Sim à VIDA. Não às MINAS.