Rede de Contra Informação

Notícias de comunidades em resistência

Marcha pelas Águas e Serras em Lisboa

Dia Mundial da Água: Marcha silenciosa como forma de honrar a Água e a sua importância.

https://fb.watch/jqX8g7fpEW/

Performance no rio Tejo
Paisagem Sonora em frente à assembleia

Bom dia, estaremos em directo a partir da assembleia da república, por volta das 16h30m marcha pela água!

Movimento de convergência pela proteção das águas e serras de Portugal

22 de março 16h30 Assembleia da República
25 de março 14h30 Parque Eduardo VII

XR Portugal
XR Portugal



A água une-nos a todos. Ela é a essência da vida na Terra.

A água é a fonte e o sustento de toda a vida no planeta.  Dela surgiu a vida na Terra ! Os ecossistemas e as civilizações evoluem em torno da Água. Cuidar da água é cuidar da vida!

São muitas as feridas e os danos que continuamos a gerar para nós mesmos, às outras espécies e ao nosso ambiente natural e, sendo a água o elemento mais fundamental da natureza do qual toda a vida depende, parece-nos essencial que seja este o ponto inicial da nossa acção.

Estudos apontam que cada ser humano contém em si entre 50% e 75% de água e, ao mesmo tempo, 99% das moléculas no nosso corpo são constituídas de água.

O acesso à Água pura é a base para a saúde individual, coletiva e planetária. A Água pura fortalece o nosso sistema imunitário individual e coletivo e aumenta exponencialmente a força vital.

Quando investimos na protecção e purificação das Águas planetárias e na restauração do ciclo hidrológico, toda a Vida beneficia.

Ao longo dos anos temos assistido a uma crescente crise hídrica. Em 2022, o extremo calor  e escassez  de água atingiu recordes em Portugal e na Europa levando à intensa propagação de incêndios florestais.

Prolongados períodos de chuva no final de 2022 culminaram em cheias, na maior parte das regiões do país, causando não só danos económicos e estruturais, mas também o fenómeno de lixiviação dos solos (escoamento de água, especialmente em solos sem cobertura vegetal, reduzindo a sua fertilidade ao longo do tempo).

As previsões de evolução das alterações climáticas estimam que estes fenómenos extremos de secas e chuvas intensas venham a aumentar, causando grandes impactos para cada um de nós, enquanto pessoas que habitam, cuidam, trabalham e investem no território.

Assim, para a resiliência territorial, o florescimento de nossa sociedade e a garantia das gerações futuras, é essencial que haja uma participação ativa dos cidadãos para a proteção da água e, consequentemente, da produção alimentar, das florestas, ecossistemas e ciclo hidrológico.

O território, enquanto ecossistema vivo, funciona em simbiose absoluta.

Queremos focalizar a nossa atenção na legislação sobre o uso da água e no investimento em sistemas de proteção e regeneração de florestas e ecossistemas.

É cada vez mais regular vermos o território nacional ser ocupado de forma desmedida por projetos empresariais que ignoram a urgência de práticas mais sustentáveis e regenerativas, tais como projectos de índole industrial, agricultura intensiva, extração mineira, e ainda os empreendimentos turísticos (ex: campos de golfe no Algarve, onde há escassez de água).

Um ataque constante a reservas naturais, territórios protegidos e até patrimónios mundiais agrícolas (como o caso da região do Barroso, em Montalegre), em que os fins lucrativos prevalecem como prioridade face à proteção do ambiente e populações.

Acrescenta-se, ainda, a falta de competência por parte de agências governamentais, tal como a Direção Geral de Energia e Geologia e a Agência Portuguesa do Ambiente, que nos disponibiliza resultados e indicadores insuficientes para uma verdadeira avaliação de impacto ambiental, fazendo-nos questionar as motivações para projetos impensáveis irem avante.

É incompreensível, na atualidade, a passividade e a cumplicidade governamental  relativamente a todas estas questões que colocam em risco a saúde da população e do ambiente.

Movimento pelas Águas e Serras brota assim como um chamado coletivo a todos aqueles que desejam preservar e proteger a água e toda a vida que depende dela, assim como trabalhar coletivamente na direção da regeneração da nossa relação com os ecossistemas.

Objetivos do Movimento

  • Trazer a consciência de que somos água e da importância desta para a saúde dos ecossistemas e da Terra
  • Contribuir para uma rede de cooperação entre vários movimentos, pessoas, associações e instituições pela proteção, preservação e regeneração das águas, serras e ecossistemas
  • Identificar e dar visibilidade a projetos e situações nocivas que colocam a saúde da águas e dos ecossistemas em perigo
  • Criar oportunidades de diálogo, dinamizar campanhas de consciencialização e de activismo
  • Convidar artistas, indivíduos e grupos criativos a envolverem-se em campanhas de ativismo usando a arte e a expressão criativa como forma de comunicar e trazer maior consciência
  • Recolher e dar a conhecer projetos regenerativos pioneiros, ideias e soluções para problemas, assim como conhecimento ancestral que está a ser perdido

*Inspirar e empoderar pessoas para serem parte da mudança*


Como forma de honrar a Água e a sua importância para a vida, dia 22 e 25 de Março, juntamo-nos em Lisboa como resposta à negligência governamental relativamente à proteção dos ecossistemas e à salvaguarda dos recursos hídricos.

Cuidar da água é cuidar da vida!

Dado o panorama nacional dos últimos anos, em que se tem observado um agravamento da crise hídrica, incêndios florestais e eventos meteorológicos extremos, fazemos um chamado coletivo de ação pela proteção da água, das florestas e dos ecossistemas. Muitas destas decisões dependem essencialmente da gestão governamental.

Atualmente temos uma legislação que não salvaguarda de forma eficaz a proteção dos recursos hídricos, florestas e biodiversidade e está muito aquém das melhores práticas instituídas a nível europeu. Acrescenta-se a falta de competência por parte das autoridades de fiscalização:

A Agência Portuguesa do Ambiente disponibiliza-nos resultados e indicadores insuficientes para verdadeiras avaliações de impacto ambiental, fazendo-nos mais uma vez questionar as motivações para projetos impensáveis irem avante.

Estamos claramente face a uma legislação e práticas governamentais que ainda fazem prevalecer o modelo predominante em que os interesses financeiros, ainda se colocam como prioridade, face aos impactos ambientais e sociais.

Por outro lado, temos projetos implementados em Portugal e no mundo que nos mostram que mesmo em territórios de escassez hídrica, é possível restituir e até mesmo exponenciar a retenção da água, através da regeneração dos ecossistemas.

Assim, sentimos a necessidade de questionar as entidades governamentais do porquê de não estarem a ser exigidas práticas empresariais mais responsáveis, porque não estão a ser tomada de decisões devidas para prevenir a seca em Portugal, e a haver aposta devida em projetos regenerativos.

Quais os problemas que observamos?

  • Crescimento exponencial de projetos de agricultura intensiva em territórios de escassez de água, e a falta de legislação para estes projetos;
  • Falta de investimento e gestão eficiente das florestas, com a soberania de monoculturas, em especial eucaliptos, que contribuem para a seca, falta de biodiversidade e fácil propagação de fogos florestais;
  • Poluição dos rios com descargas ilegais, muitas vezes por empresas ou indústrias,  sem as devidas sanções atribuidas.
  • Autorização para projetos de minas a céu aberto para a extração de lítio, junto de populações e lugares de importância ecológica: estes projetos despendem de uma enorme quantidade de água secando os recursos hídricos da região, com  um grande impacto ambiental – poluição do ar, solo, águas subterrâneas e rios próximos, destruição de florestas e ecossistemas e poluição sonora.
  • Má gestão hídrica, em empreendimentos turísticos, como o caso dos campos de golf, sem controlo dos gastos de água, para a manutenção dos campos.

Reinvindicações

  • Legislar sobre os projetos de agricultura intensiva, para que tenham em conta os recursos hídricos disponíveis, não autorizando projetos que despendem de uma grande quantidade de água em lugares de escassez hídrica.
  • Investimento em projetos regenerativos, que mostram o aumento de biodiversidade, da retenção da água, matéria orgânica e da fertilidade nos solos.
  • Novos planos de gestão florestal
  • Promoção de educação ambiental adequada às problemáticas da atualidade
  • Revogação dos contratos assinados pelo governo para a prospeção e exploração de lítio em Portugal

Movimento pelas Aguas e Serras
https://pelasaguaseserras.pt

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